quarta-feira, 22 de junho de 2011

SALERNO: A primeira impressão não é a que fica

Apesar de eu ter desembarcado em Milão; feito uma conexão até Napoli, para aí sim, conseguir chegar ao meu destino, Salerno; eu considero esta última cidade como sendo a minha porta de entrada na Itália. Até por que, nas demais, eu não saí dos aeroportos. Assim, cheguei!

E tirando a incrível e inesquecível visão do Vesúvio (o vulcão de Napoli), que me distraia e encantava no caminho até a cidade vizinha, na costeira Amalfitana, meu destino final; somada a parada na estrada para ver o porto local, confesso que a primeira impressão dela, não foi nada legal. Mas já era tarde para voltar.

Vesúvio: A companhia constante pela estrada


Porto de Salerno: um dos mais importantes e movimentados do país.

Estava escurecendo, chovia e o clima era abafado. E eu, confuso horário, enjoado e cansando, me sentia pior que no primeiro dia de aula. Com o agravante da distância até a minha casa, agora, ser muito maior. Além de suspeitar que a lição que eu era forçado a aprender, a partir daquela hora, seria muito pior. Minha mãe não estava do lado.

Mas bastou um merecido descanso para, no dia seguinte, tudo melhorar! E eu poder enxergar com bons olhos o que aquela viagem, que começava naquela cidade, iria me proporcionar. Nada como uma boa noite de sono para colocar as coisas no lugar. Afinal eu sou um homem e não um saco de batatas!

Acordei, o dia tinha melhorado e me convidava para o primeiro passeio nesta nova terra, a segunda mais populosa da região da Campania. As ruas são estreitas, os prédios muito juntos e as calçadas apertadas. Mas é questão se costuma. Isso explica a quantidade de carros pequenos rodando por lá. Mas bastou uma curva ali, outra acolá, para avistar a avenida Lungomare e uma luz naquela espécie de túnel, clarear. Ainda bem!


Ruas estreitas estimula a compra de carros estreitos

Se fosse na Inglaterra, podia jurar que o Mr. Bean estava por perto

A paisagem ficou mais clara, as pessoas mais visíveis e o clima, igual a qualquer cidade litorânea, se mostrava. Seja nos passeios feitos pelos mais idosos no calçadão; passando pelos jovens tomando um gelato até os adultos que circulavam trabalhando numa cidade agitada enquanto eu passeava e conhecia as muitas pracinhas espalhadas e as feiras livres. O local ideal para quem quer conhecer a alma de uma cidade e se sentir parte do povo.


Crianças, jovens, adultos e idosos: todos dividindo o mesmo espaço

Aos poucos fui entrando no clima, me acostumando com a paisagem das montanhas que cercam o local, distante vinte quilômetros de Napoli na região Sul da península, de onde partem trens para várias regiões do país e também por isso, acabei passando apenas uma semana por lá. Mas o suficiente para dar tempo de me recuperar da má impressão inicial e fazer as pazes com a cidade, que lembra uma mini Napoli, antes de partir para outra região, querendo voltar mais vezes! Arrivederci! E assim, parti!

Vista panorâmica da cidade antes de partir para além das montanhas


Fernando é brasileiro de nascimento, francês de cidadania e italiano de coração! Publicitário, escritor amador, mora em São Paulo, já esteve na Itália duas vezes e mantém o blog www.cabecatroncoetextos.blogspot.com Um dia pretende trabalhar e viver mais tempo por lá, mas enquanto não surge uma oportunidade, escreve para diminuir a saudade.

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